terça-feira, 26 de abril de 2016

Ser só feliz apenas não basta

Incompletude humana

O destino de cada ser humano é a incompletude essencial.
Há dentro de todos nós uma eterna insatisfação com aquilo que temos, com tudo o que somos.
E assim o homem segue sua existência amealhando desejos que não se realizam, expectativas não satisfeitas, aspirações difíceis de serem alcançadas, fatores que o farão sentir-se frustrado.
O homem comum, na sua ânsia de "ter", geralmente esquece que o "ser" é que o conduzirá por caminhos que contribuirão para o seu crescimento moral e espiritual.
Enquanto buscamos apenas o "ter", fazemo-nos seres menores do que já somos.
Queremos saúde.
Todos nós necessitamos de muita saúde para viver.
Mas aí entendemos de querer muito mais.
Queremos um corpo saudável, aparentando menos que a idade real.
Se possível bronzeado, bem torneado, modelado, nem que para isso percamos dias e horas nas academias e clínicas de massagens.
Às vezes recorremos às cirurgias estéticas por não estarmos satisfeitos conosco.
Descobrimos, então, que só saúde apenas não basta.
Queremos dinheiro.
Todo ser humano carece de dinheiro para suprir as suas necessidades básicas diárias.
Mas aí entendemos de querer muito mais.
Queremos aquele dinheirinho que não sirva apenas para a sobrevivência, mas que dê para comprar aquela casa de praia, um belo sítio no campo, o carro esporte último modelo, as roupas de grife, que possam realçar a nossa aparência, além de termos sempre à mão passagens aéreas, visando nossas sagradas viagens de férias.
Tudo isso, claro, sem esquecer de privilegiar aquela poupança, pensando no dia de amanhã.
Descobrimos, então, que só dinheiro apenas não basta.
Queremos amar.
Sem amor é impossível sobreviver neste mundo.
Todo ser humano precisa dar e receber amor.
O mais insensível dos homens almeja ser amado um dia.
Somos todos carentes desse sentimento nobre.
Mas aí entendemos de querer muito mais.
E buscamos uma mulher que nos entenda, que nos ofereça incansáveis carinhos e sempre que quisermos faça amor conosco.
E, nos seus dias de exaustão, que ela possa igualmente fazer sexo sem amor, por ser uma forma generosa de amar também.
E queremos amar muito mais.
Já que é preciso e necessário amar a vida, amar as pessoas, a humanidade e todas as formas de vida.
Queremos, sobretudo, nos sentir plenamente amados.
Descobrimos, então, que só amar apenas não basta.
Queremos ser felizes.
O ser humano veio ao mundo para ser feliz, pois essa é a sua realização maior.
O homem que vem ao mundo e não é feliz não merecia ter vindo.
E o homem que busca ser bom, solidário e ama ao próximo passa a ser feliz.
Muitas vezes é preciso ver a felicidade estampada na face do outro para nos sentirmos felizes.
Mas aí entendemos de querer muito mais.
Então o homem tenta, desesperadamente, sentir-se feliz mergulhando na escuridão das drogas, buscando nas amizades fúteis algo que lhe dê a tão propalada felicidade plena.
Em busca da felicidade, o homem fraco começa a apostar em valores duvidosos, e já não crê que possa ser feliz.
A partir daí, a possível felicidade tende a fugir-lhe por entre os dedos.
Então o homem encontra-se envolvido num emaranhado de erros e de fartas ilusões, caminho largo para inúmeras reflexões.
Descobrimos, então, que ser só feliz apenas não basta.

Texto de Luiz Maia

Fonte: http://www.luizmaia.blog.br/reflexaoincompletudehumana.htm - Acessado em 26/04/2016 às 15:00 horas.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Sem sabor

Não é de hoje, faz tempo que eu me desespero
Aos sete ventos gritei, implorei pelo fim dessa dor
“É a alegria que lhe dá o sabor.”, disse Romero
Insossa, na minha vida não encontro mais sabor

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O vaso que te dei

O vaso quebrou
Era de vidro
Se espatifou

Como pudemos?
Aconteceu
Culpado eu

Culpada você
Era tão bonito
Não vê?
Dizia infinito

Era visto
Aconteceu
Mas precisava?
Benquisto
Não era?

Era uma vez...
Não é mais
Foi de vez
Não volta, aliás

O vaso quebrou
Deixamos cair
Mil pedaços sobrou

Reconstruir
O vaso que te dei
Irei...

Era tão bonito
Era de vidro
Era infinito

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O homem santo

"Era uma vez, num reino muito antigo, um famoso homem santo, famoso por seu coração generoso e por seus atos de bondade. E o governante do reino, que respeitava o homem santo, mandou que um grande artista fizesse seu retrato. Num banquete formal, o artista deu o retrato de presente ao rei, mas quando, ao soar dos clarins, o quadro foi descoberto, o rei ficou chocado ao ver o rosto que ele representava - o rosto do homem santo -, selvagem, cruel e moralmente depravado. "Isso é um ultraje!", trovejou o rei, pronto para mandar decapitar o infeliz artista. "Não, senhor", disse o homem santo. "O retrato é verdadeiro." E então explicou: "Vós estais vendo o retrato do homem com quem tenho lutado a vida toda, para não ser igual a ele"."